A 36ª edição da Copa do Brasil, o torneio mais democrático do país, deu seu pontapé inicial nesta terça-feira, com apenas duas partidas inaugurando a rodada. Um recorte simples do todo, é verdade: afinal, são 40 confrontos só fechando a primeira fase.
No geral, são nove estreantes em 24: Água Santa, Amazonas, Audax-RJ, Capital-TO, Sampaio-RR, Itabuna-BA, Manauara-AM, Olaria-RJ e Petrolina. A maioria, com calendário nacional para disputar, excetuando dois: Sampaio e o Olaria.
Único pernambucano a debutar entre os demais, o Petrolina tem na Copa do Brasil a sua principal fonte financeira no ano, e não é para menos. Eliminada no Estadual, a Fera Sertaneja vive temporada de receita recorde muito em função de sua participação na Copa.
Os valores de premiação ajudam a explicar: só por jogar a primeira fase, o time – que enfrenta o Cascavel-PR em partida única e local ainda indefinido -, embolsará R$ 787,5 mil em cotas. Em caso de classificação, ganha R$ 945 mil.
Os debutantes
Água Santa (Série D)
Amazonas (Série B)
Audax-RJ (Série D)
Capital-TO (Série D)
Sampaio-RR (Sem divisão)
Itabuna-BA (Série D)
Manauara-AM (Série D)
Olaria-RJ (Sem divisão)
Petrolina (Série D)
O ranking de participações (de 1989 até aqui)
1- Atlético-MG: 35
1 – Vitória: 35
2 – Bahia: 33
2 – Remo: 33
2 – Vasco: 33
3 – Goiás:32
4 – Botafogo: 31
4 – Grêmio: 31
5 – Coritiba: 30
5 – Internacional: 30
5 – Sport: 30
6 – Santa Cruz 28
6 – Náutico: 28
6 – Flamengo: 28
6 – Corinthians: 28
6 – Palmeiras: 28
A geografia dos times na Copa do Brasil desse ano revela uma disputa curiosa: as regiões Sudeste e Nordeste brigando lado a lado – ou melhor, clube a clube – por quem tem mais participantes no campeonato na atual edição. E, por apenas um time de diferença, a primeira leva a melhor.
Do outro lado, o Nordeste, com 25 times, possui três vezes menos clubes na Série A (Fortaleza, Bahia e Vitória) e, em contrapartida, o dobro de equipes disputando a última divisão, a Série D.
As regiões Norte e Sul, ambas com 15 representantes, vêm logo abaixo, e a Centro-Oeste é quem menos possui participantes na atual edição da Copa: apenas 11. Desse número, dois clubes jogam a Série A, um a Segunda Divisão, um a Série C, cinco a Quarta Divisão e dois estão sem calendário.
Norte: 15 times (0 na Série A, 2 na Série B, 1 na Série C e 8 na Série D, 3 sem divisão)
Sul: 15 times (5 na Série A, 3 na Série B, 2 na Série C e 3 na Série D, 2 sem divisão)
Centro-Oeste: 11 times (2 na Série A, 1 na Série B, 1 na Série C e 5 na Série D, 2 sem divisão)
Mas, se é democrática e permite quase 100 equipes disputá-la, a Copa do Brasil também “deixou de lado” alguns clubes. E tradicionais. O principal deles, o Santos, que depois de 12 anos não jogará o campeonato.
O Peixe precisava terminar o Brasileirão do ano passado na melhor colocação entre os times que não iriam para a Libertadores, mas terminou caindo para a Série B pela primeira vez na sua história.
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Em Pernambuco, dois dos seus principais clubes, Náutico e Santa Cruz também “comeram mosca” e estão fora da Copa. Recentemente, o Timbu já havia perdido a edição de 2021, enquanto o Tricolor, atualmente sem calendário nacional, a de 2022.
Times tradicionais de cada estado fora da Copa
PE: Náutico e Santa Cruz
SP: Santos
SC: Avaí, Figueirense, Chapecoense
GO: Vila Nova
AL: CSA
Cabuloso, o Cruzeiro se mantém isolado na competição com a maior galeria de troféus da Copa do Brasil. São seis taças na prateleira. O Grêmio é o segundo colocado no ranking dos “Reis de Copas”, possuindo cinco títulos.
Em terceiro lugar aparecem Flamengo e Palmeiras no retrovisor da dupla, ambos faturando quatro taças. Na lista de maiores vencedores, o Corinthians é o último, com três.
Usando o recorte do século XXI, são hegemônicos em conquistas a própria Raposa – três títulos de 2001 até aqui -, Flamengo e Palmeiras – também com a mesma quantidade.
Cruzeiro: seis taças (1993, 1996, 2000, 2003, 2017 e 2018)
Grêmio: cinco taças (1989, 1994, 1997, 2001 e 2016)
Flamengo: quatro taças (1990, 2006, 2013 e 2022)
Palmeiras: quatro taças (1998, 2012, 2015 e 2020)
Corinthians: três taças (1995, 2002 e 2009)
Jogadores do Palmeiras comemora gol de Endrick em clássico contra o Corinthians — Foto: Marcos Ribolli
Na duas fases iniciais, os clubes participantes recebem valores referentes às respectivas divisões do Campeonato Brasileiro em que estão inseridos. Nesta primeira, por exemplo, só por entrar em campo, os times ganham R$ 1,47 milhão (Série A), R$ 1,31 milhão (Série B) e R$ 787,5 mil (demais clubes).
Caso passem à segunda fase, embolsam os valores de R$ 1,78 milhão (Série A), R$ 1,47 milhão (Série B) e R$ 945 mil (demais clubes). Para os mais modestos, essas cotas de premiação significam, de uma vez só, quase um ano inteiro de folha salariais pagas.
Como é o caso do Independente-AP e do Ji-Paraná-RO, representantes da região Norte que estão sem calendário nacional e estimam folha mensal de R$ 120 mil e R$ 150 mil, respectivamente. Valores 200x e 166x menores que, por exemplo, os gastos mensais do Flamengo com seu futebol.
Confira abaixo os valores das cotas:
Primeira fase: R$ 1,47 milhão (Série A) R$ 1,31 milhão (Série B) e R$ 787,5 mil (demais clubes)
Segunda fase: R$ 1,78 milhão (Série A), R$ 1,47 milhão (Série B) e R$ 945 mil (demais clubes)
Terceira fase: R$ 2,20 milhões
Oitavas de final: R$ 3,46 milhões
Quartas de final: R$ 4,51 milhões
Semifinais: R$ 9,45 milhões
Vice-campeão: R$ 31,5 milhões
Campeão: R$ 73,5 milhões