As últimas mudanças e acontecimentos no Criciúma foram decisivas para o técnico Cláudio Tencati deixar a posição de comandante do time tricolor. Após a derrota de 5 a 1, para o RB Bragantino pela última rodada da Série A do Campeonato Brasileiro, neste domingo, dia 8, ele detalhou alguns desses fatores e fez um desabafo sobre como foi a última temporada no clube carvoeiro.
A primeira situação ressaltada por ele, que contribuiu para a tomada de decisão foi a conclusão do compromisso que assumiu e o afastamento de Vilmar Guedes, o 5º presidente consecutivo a deixar o cargo em meio ao mandato. “Eu tinha um compromisso com o presidente, mas ele se afastou. Inclusive, também deixei algumas coisas do passado, com perspectiva de não sair do clube, tive a oportunidade de sair e não sai, porque assumi o compromisso até o último jogo com o Criciúma. Mantive minha palavra, mas não tenho condição de permanecer à frente do clube, foi uma temporada muito desgastante, a exigência, tive que trabalhar muito no interno, estrutura do clube, com problema de gramado, de estruturamento do clube, esse legado, que a gente está deixando agora”, afirmou.
Reclamações nos bastidores
O clima nos bastidores não estava nada bom. Tencati deixou claro que havia muitas reclamações por parte de atletas com relação a estrutura do clube, sendo um dos principais motivos, a situação do gramado. “Foi uma das coisas que mais estressou a gente na temporada do CT, com relação a isso e com os jogadores também, e ao mesmo tempo houve uma divisão do clube num determinado momento, principalmente da parte administrativa com a parte do futebol. O futebol foi enfraquecido, muita gente falando na cabeça do presidente”, afirmou.
Na opinião de Tencati o fator determinante para o futebol do Criciúma ter decaído teve relação com algumas pessoas, mas ele não citou nomes. “Os jogadores percebem, todo mundo percebe. Então teve coisas que aconteceram e foi perdendo o controle do futebol. Mas paciência, eu tenho certeza que a gente cumpriu nossa responsabilidade”, ressaltou.
Desabafo na despedida
Tencati afirmou que sua declaração neste domingo após o jogo foi um desabafo. “O investimento tem que ser no futebol, que é o carro-chefe do clube, o que move um clube é o futebol. Adoro o presidente Guedes, me ajudou demais, e eu não estou atacando ele, estou falando que as pessoas que estiveram à volta dele tiveram uma influência terrível, e talvez ele em alguns momentos de fragilidade, de resultado, ficou ouvindo essas pessoas. É uma pessoa que tenho um carinho enorme, o Guedes, tudo que se comprometeu com a gente financeiramente, ele procurou fazer. Agora, as verdades, quem vai dizer isso é quem fica para o futuro”, frisou.
Ele assumiu que a partida de hoje foi ‘vergonhosa’ e admitiu falhas. Sobre sua saída do time, complementou que não tem energia para dar o seu melhor ao Criciúma. “Preciso resetar. Preciso de um tempo, me reorganizar, reavaliar”, disparou.
Mudanças no futebol e no administrativo
O ex-técnico do Criciúma foi enfático ao dizer que é necessário ter mudanças internas, tanto no futebol quanto na parte administrativa do clube. “Isso é urgente. O clube tem que avançar. O clube demonstrou umas falhas grotescas e ele vai ter que avançar. O Cláudio Tencati procurou junto com a (auxiliar) Alessio, comissão técnica, dar o seu melhor com os jogadores”, pontuou. O ex-comandante também agradeceu aos atletas. “Grande parte da competição, eles foram fiéis com a gente”, acrescentou.
